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Por Arnaldo Jabour,
20/05/2021 05h01 Atualizado há uma hora
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“Existem palavras que estimulam partes primitivas e irracionais do cérebro induzindo a comportamentos impulsivos e irracionais”, afirma a doutora Ellen Langer da Universidade de Harvard.
Para provar seu argumento, em 1978 foi realizado um experimento psicológico muito interessante: o experimento da fila de xerox.
Os testes tinham como objetivo examinar como diferentes solicitações poderiam afetar a disposição das pessoas para permitir que um indivíduo furasse ou não uma fila para tirar xerox.
No primeiro teste, o participante diz: “Desculpa, tenho cinco páginas. Posso furar a fila?”
Neste cenário, cerca de 60% das pessoas permitiram que ele furasse fila e usasse a máquina antes delas.
Na segunda situação, fizeram uma pequena alteração. Desta vez, o participante disse:
“Desculpa, tenho cinco páginas. Posso furar a fila porque estou com pressa?”
Você percebeu a pequena diferença entre os dois pedidos? Vamos examiná-lo com atenção: A solicitação foi ligeiramente alterada acrescentando um “porque” (o motivo).
“Porque eu estou com pressa” não é uma boa desculpa para a maioria de nós. Mesmo assim, cerca de 94% das pessoas deixaram que ele furasse a fila desta vez.
Se você achou estranho, vamos à solicitação usada no terceiro e último teste:
“Desculpa, tenho cinco páginas. Posso furar a fila porque eu tenho que fazer cópias?”
Veja que essa é uma justificativa insuficiente ( ou no mínimo rídicula ) para que as pessoas deixassem o participante furar fila, afinal, todo mundo ali quer tirar cópias.
Apesar disso, 93% das pessoas permitiram que ele passasse na frente, apenas 1% a menos que no caso anterior, porém, 33% a mais que no primeiro teste, no qual não há um porquê no pedido.
Esse experimento foi repetido outras vezes em outros lugares do mundo com varias alterações nos parâmetros e os resultados ainda são surpreendentes.
O que prova o fato de que o cérebro humano pode ser “enganado” facilmente quando se usa as palavras e gatilhos certos.
Nosso cérebro desenvolveu “uma série de atalhos” durante a evolução para garantir sua sobrevivência sem que você tivesse que depender do pensamento racional.
Um desses “atalhos” é a palavra PORQUE. Afinal quando você dá uma justificativa, as pessoas tendem a aceitar sua sugestão sem questionar racionalmente se o motivo realmente é importante.
Isso é o que os neurocientistas chamam de mindless behaviour ( ou comportamento estúpido ).
“Não é novidade alguma que existem palavras capazes de hipnotizar as pessoas a agirem de forma irracional. Quando você estuda neurolinguística você aprende exatamente isso, quais sãos esses gatilhos mentais que geram respostas involuntárias nas outras pessoas.” – Marcelo Maia, Prof. de Neurolinguística
O mais preocupante de tudo isso é o fato de qualquer pessoa pode aprender sobre hipnose e neurolinguística na internet hoje, basta uma pequena busca na internet para encontrar cursos e treinamentos sobre o assunto. Isso torna praticamente impossível conter a disseminação de técnicas manipulativas e de controle mental.
Mas por outro lado, alguns especialistas defendem a ideia de que o aprendizado sobre o cérebro humano também ajuda, trazendo luz e consciência sobre o comportamento dos outros e sobre nossos próprios comportamentos.
“Se as pessoas fossem educadas na escola para aprenderem sobre qual a melhor forma de usar seu cérebro, sobre como aprender mais rápido, como se comunicar melhor… hoje em dia teriamos uma geração de gênios e um mundo muito mais racional, justo e equilibrado.
A inteligência vem do conhecimento. E por isso cada vez mais pessoas estão tão interessadas em aprender neurolinguística, elas querem entender melhor o mundo a sua volta e também entender melhor a si mesmas no processo. Aprender sobre o cérebro é autoconhecimento”.
A maioria das pessoas tem aquela ideia de que hipnose é um tipo de controle mental como é apresentado na tv. E isso não é bem verdade como explicam os especialistas.
Você pode ser hipnotizado enquanto assiste lê um livro ou vê um filme onde você sabe que a história é fictícia mas ainda sim você chora e se emociona com os dramas do personagem.
Você também pode ser hipnotizado durante uma conversa comum, quando um vendedor te convence dos benefícios do seu produto. Ou quando você se apaixona e um rio de neurotransmissores te deixam excitado e eufórico.
Hipnose tem a ver com percepção, como as pessoas vêem o mundo e como usar a linguagem para influenciar essa percepção criando novas realidades e crenças.
Como sabemos que nossos leitores poderiam se interessar por mais informações sobre esse tema, disponibilizamos aqui um link para continuar seus estudos com o conteúdo de um dos especialistas citados nessa matéria.
Acusações sem provas. Acusações sem provas